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sábado, 26 de outubro de 2013

Retorno - quase 3 anos depois....

Três anos desde a última postagem. Tantas coisas aconteceram! 
Mas voltei. Vou tentar levantar este blog!
Começo dizendo que, no momento, estou de cama. Aliás, não ando bem nos últimos dias e isso me fez parar e pensar. Depois de conseguir passar no mestrado, conseguir bolsa, conseguir licença do trabalho, minha vida virou um inferno. Por motivos que desconheço, algumas pessoas em que eu confiava me prejudicaram, outras me deram as costas, várias me abandonaram. Tudo o que construí em termos profissionais, ruiu. É tão triste ver que todo o esforço, tudo o que abri mão, foi em vão. Só perdi tempo. Não compreendo o que motiva algumas pessoas a simplesmente prejudicar outras, como se isso fosse trazer algum bem a elas. Não estão ganhando nada com isso. 
Enquanto isso vai acontecendo, me pergunto se vale a pena. Se vale a pena sacrificar dias ao lado da minha filha, a atenção que ela precisa, a casa que precisa ser cuidada, meu marido, e eu mesma. Tenho planos e um deles implica em eu emagrecer. Isso demanda tempo, concentração. Até porque, devido a todo o problema que ronda minha vida profissional, parei tudo. Não consigo estudar, não consigo nem pensar no mestrado, me dá náuseas. Estou cansada. Só tenho vontade de dormir e de me desfazer dos meus livros, tão amados, comprados com esforço, mas que demonstram minha luta de anos para conseguir o que consegui e tudo o que veio depois, toda a decepção e tristeza. Isso me faz mal. A gente vai pra universidade estudar achando que vai aprender coisas novas, que vai aprender coisas que serão úteis na profissão. A universidade ensina que devemos contestar, não apenas abaixar a cabeça. Mas olha a ironia: quando você resolve contestar práticas arraigadas no âmago de alguns profissionais, você é sumariamente perseguido e prejudicado. Que tipo de universidade é essa? Está formando que tipo de profissionais? A fala é uma e a prática é inversa! Eu entro na sala de aula com o objetivo de formar cidadãos críticos, pensadores, gente que contesta práticas que não funcionam mais no século XXI. Mas quando eu sou a aluna, eu tenho que abaixar a cabeça, não questionar, não contestar. Que contradição é essa? Depois do mundo ver o que posturas autoritárias podem fazem para a humanidade, parece que isso está tão longe. Não quero isso pra mim. Não quero sacrificar minha filha, meu casamento, por algo tão vazio. Não quero chegar aos 40 com doutorado e infernizando a vida de alunos, disputando ego com colegas, me preocupando com o volume de artigos que preciso escrever. Isso não é vida pra mim. Hoje percebo que fiz uma escolha há cinco anos atrás. Hoje estou em casa, morrendo de dor, triste, chateada por coisas e pessoas que não valem a pena. Essa pessoa que está escrevendo hoje não existia. Ela nem sempre foi triste, depressiva. Quero voltar a ser eu. Determinada, fluída, linda. 

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